Desenvolvimento físico
Ao longo da infância (0 aos 6 anos), podemos considerar que o ser humano passa por dois estádios de desenvolvimento físico: o desenvolvimento motor e o desenvolvimento sensorial.
Em relação ao estádio de desenvolvimento motor, considera-se três fases de progressão:
- Progressão céfalo-caudal: princípios segundo o qual o desenvolvimento se processa na direcção cabeça-
pés, isto é, as partes superiores do corpo desenvolvem-se antes das partes inferiores.
- Progressão próximo-distal: princípio segundo o qual o desenvolvimento se processa de dentro para fora, isto é, as partes do corpo perto do centro desenvolvem-se antes das extremidades.
- Progressão de acção concentrada para especifica: os movimentos iniciais ocorrem de forma bilateral, como por exemplo, a elevação e abdução dos braços nas primeiras semanas de experiência com a locomoção independente, para depois dar lugar à alternância dos braços.
Em concreto, podemos relacionar estas três fases com os gestos ou comportamento físicos que as crianças executam nos seus primeiros anos:
· Idade 0 a 1 ano: - Dá pontapés com forças quando deitada em decúbito dorsal;
- Mantém a cabeça erecta e firme quando está em pé.
· Idade 2 a 3 anos: - Salta o último degrau da escada com um pé na frente do outro;
- Dá cambalhotas para frente, com ajuda.
A par da ampliação do reportório motor da criança, ocorre também o desenvolvimento sensorial, muito importante para adquirir sabedoria e cultura, pois é através dos nossos sentidos que conseguimos captar informações do meio exterior que nos rodeia para um
meio mais interior, o eu. Os sabores, os cheiros, os sons e as imagens são exemplos evidentes desta relação mundo/eu.
No desenvolvimento sensorial, a criança passa pelas seguintes fases:
- Tacto: é o primeiro sentido a ser desenvolvido e, durante os primeiros meses de vida, é o sistema sensorial mais maduro. Por exemplo, quando um bebé recém-nascido com fome é tocado perto da boca revela uma resposta de procura do mamilo da mãe. É a partir do tacto que o bebé sente dor.
- Visão: é o sentido menos desenvolvido na altura do nascimento. Os olhos do recém-nascido são mais pequenos do que os do adulto, as estruturas da retina estão incompletas e o nervo óptico está subdesenvolvido. A visão periférica do bebé é muito limitada. Focam melhor a uma distância de, aproximadamente 30cm, ou seja, entre o rosto do bebé e da mãe no período de amamentação.
-Olfacto: começa a ser desenvolvidos no útero e assim é capaz de localizar a proveniência de odores. O recém-nascido prefere paladares doces a azedos e amargos. Quanto mais doce for o líquido, mais forte é a sucção e mais líquido o bebé ingere. Uma tendência inata para gostar do sabor doce ajuda o bebé a adaptar-se à vida extra-uterina. O leite materno é bastante doce, tal como os alimentos nutritivos como os legumes e as frutas.
Como foi dito anteriormente, o ser humano desenvolve-se ao longo da sua vida, quer fisicamente, quer mentalmente. Passada a fase da infância, o ser humano passa por uma nova fase característica da adolescência: a puberdade. É nesta fase que o seu corpo sofre tranformções, fazendo a ligação para a fase adulta. Ao contrário da infância, em que tanto rapazes como raparigas sofriam as mesmas tranformações, na puberdade eles irão sofrer distintas e particulares alterações físicas. No caso das raparigas, a puberdade começa relativamente mais cedo, por volta dos 10/11 anos. As principais alterações são: crescimento de pêlos em diferentes partes do corpo, crescimento dos seios, alargamento e arredondamento da anca e surgimento da menstruação. Em relação aos rapazes, as alterações ocorrem, ligeiramente mais tarde, cerca dos 12/13 anos. As alterações verificadas são: aparecimento da barba, alargamento dos ombros, aparecimento de pêlos nas axilas e zona púbica, mudança da voz, crescimento genital e ejaculação. Com estas alterações surgem diversos problemas por parte dos jovens, dos quais se destacam: o desenvolvimento dos seios e a reacção à menarca, no caso das raparigas, maturação tardia e desenvolvimento do pénis, no caso dos rapazes.